domingo, 26 de maio de 2013

MEU “IPÊ AMARELO”, EU TE AMO!



Todas as mudas que plantei até hoje fizeram com que “brotasse” em mim um sentimento de amor tão grande, capaz de fazer com que eu sinta ciúmes até de um pé de couve!

Este relacionamento puro e perfeito com a natureza e que foi “plantado” por Deus em muitas pessoas, está cada vez mais latente e aflorado na minha vida.

Recentemente, ganhei, por intermédio de uma amiga, duas mudas de ipê, um roxo e outro amarelo. Ela me disse que, ao ver a distribuição de mudas de ipês amarelos da Empresa Ypê feita pela Fundação S. O. S. Mata Atlântica, lembrou-se da comparação que eu havia feito durante uma palestra, entre a beleza do ipê amarelo da foto tirada na empresa em que eu trabalho e que foi destruído pelos cupins e as pessoas que passam pela nossa vida. Na ocasião, eu disse que devemos nos relacionar da melhor forma possível com os “ipês amarelos” que Deus coloca em nossas vidas, pois, poderemos perdê-los e só então entenderemos que não desfrutamos de suas companhias o tanto que deveríamos, como ocorreu com aquele ipê amarelo que não está mais lá e só sobrou a sua foto como recordação.

Fiquei tocada com a lembrança, o que me motivou a levar o kit com as duas mudas para casa. No dia seguinte, acordei e vi meus dois ipês em cima da mesa e pensei: E agora? Como cuidarei de vocês? Imediatamente, peguei a embalagem em que estavam e li as informações básicas para o cuidado e plantio das mudas. Mesmo assim, meu pensamento voou e fiquei preocupada, pois não possuo um local adequado para plantá-los e nem comprei meu sítio ainda...

Durante a redação deste texto, meu filho acordou e dei-lhe um abraço bem forte e o enchi de beijos. Hoje é um dia especial na vida dele, pois está completando 18 anos de idade! Lembro-me, como se fosse hoje, da enfermeira me entregando o meu bebê vermelhinho. Ele ficava tão lindo, quando eu o vestia todo de amarelo e o colocava dentro do saco de dormir amarelo, deixando à mostra o seu rostinho e os seus cabelinhos loirinhos, que eu o chamava de “milho, meu filho”.

O tempo passou... O meu amarelinho se transformou num lindo “Ipê Amarelo” chamado Anderson. Sou uma “mãe apaixonada” pelo “meu príncipe” e, a cada dia que passa, eu o amo mais ainda e peço à Deus que o proteja e abençoe e que me dê forças para continuar cuidando dele, com muito amor e carinho, enquanto eu viver.

E você, querido leitor? Como tem cuidado dos “Ipês Amarelos” que Deus colocou em sua vida? Lembre-se: eles podem ser representados por filhos, pais, esposos, parentes, conhecidos, amigos ou amores. Por isso, não se esqueça de dizer-lhes sempre: Meu “Ipê Amarelo”, EU TE AMO!

Quanto a mim, faço o possível para “colorir” a minha vida com os “Ipês Amarelos” que Deus me deu!

quinta-feira, 7 de março de 2013

VAMOS ENTRAR E TOMAR UMA XÍCARA DE CHÁ?








Meu Amor, vamos entrar e tomar uma xícara de chá? 

Imagine que você esteja vivendo no campo e, ao entardecer, um pouco antes do por do sol, seu amor te chame desta forma carinhosa! Imagino que sua resposta seria: - Já vou minha vida! Estou terminando de cuidar da nossa horta!  

Parece uma frase corriqueira, mas, dita num cenário colorido pela natureza, da cor da fantasia e com a força do amor, como o do campo,  parece a cena de um filme e assume proporções gigantescas. Para completar, vocês dois se encontram com um beijo que faz com que seus corações batam descompassados e felizes com a certeza de que a vida tem muita beleza. Logo após, vocês sentam na varanda e tomam chá com biscoitos, assistindo ao por do sol!

Devaneios à parte, esta cena poderia muito bem acontecer sempre, mesmo que fosse num sítio com uma casinha branca simples, que poderia ser rodeada de plantações, com árvores frutíferas, horta, jardim gramado, plantação de girassóis, ervas medicinais, roça e alguns animais, inclusive peixes e gansos, além da tecnologia do campo. Porém, é necessário que seja levado em consideração que a vida no campo pode transcorrer com felicidade e conforto, desde que as pessoas busquem e recebam  informações que lhes possibilitem tornar o ambiente do campo capaz de satisfazer suas necessidades de uma forma sustentável e saudável.

Onde buscar tais informações? A internet, a imprensa e os Órgãos do Governo divulgam muitas informações e muitas delas levam às pessoas dados importantes, como: forma de plantio e aproveitamento do solo com utilização de técnicas simples e eficazes, forma da criação de animais com técnicas de manejo inovadoras, notícias e depoimentos da vida no campo através de jornais, revistas e programas de televisão e rádio, informações do Governo através de panfletos, cartilhas e programas educativos das ações que beneficiam principalmente o pequeno e médio agricultor, orientando também como devem fazer para obter uma linha de crédito criada para incentivá-los através de financiamento de longo prazo para compras de máquinas, tratores e irrigação.

Além de tudo isso, neste Blog você encontrará muito mais que informações, encontrará textos para que possa refletir e sentir que existe no campo a oportunidade de viver uma vida plena, tranquila e possível.

Continuarei a minha jornada rumo à realização do meu sonho de Viver no Campo Hoje em Dia e espero que nos encontremos lá. É impossível? Num momento de desespero mencionei a palavra "impossível" e, logo em seguida, o Senhor Deus me mostrou porque esta palavra não deve ser utilizada: Ele transformou a situação de uma forma tão inesperada que fiquei sem palavras e consegui somente glorificar à Ele. Hoje digo, por experiência própria, PARA DEUS NADA É IMPOSSÍVEL! 

Querido leitor, por mais que minhas palavras possam soar fantasiosas demais, procure saber mais sobre a vida no campo, você poderá se surpreender com as inúmeras possibilidades que encontrará 


 

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Declaração de Amor ao Campo


Desde bem pequena, aprendi a te amar.
Ainda jovem, senti o meu amor por ti, aumentar.
Mas, com o tempo, fui obrigada a te deixar.
Hoje, já adulta, só quero saber de voltar.

Quero sentir o teu perfume, ao respirar.
O teu ar puro, a me acariciar.
Dos frutos das tuas árvores, me deliciar.
E das tuas plantações, me alimentar.

Quero fazer de ti o meu novo lar.
Sei que muitos desafios irei enfrentar.
Mas, ao teu lado, amado Campo, é o meu lugar.
 
(Autora: Adélia Santos, 2013)


Através destes versos, quero demonstrar o amor que sinto pelo Campo. Uma das características do amor é que ele só aumenta com o tempo. Pude sentir isto na pele e posso afirmar que é a mais pura verdade, pois, o tempo só fez com que o meu amor por ele aumentasse e, além disto, a necessidade quase surreal, como escrevi no meu primeiro texto deste Blog, de voltar a Viver no Campo Hoje em Dia também aumentou.

Necessidade surreal, cujo significado informal é: que foge à realidade, que é bizarra ou absurda. Pensando nisso, lembrei-me do primeiro Livro de Moisés chamado Gênesis 3:23 "...para lavrar a terra, de que fora tomado". Penso que, apesar de, para algumas pessoas, estas duas informações parecerem devaneio surreal e espiritual, a terra faz parte da nossa vida até hoje, pois, é dela que provém o nosso alimento. Portanto, nada mais natural do que termos vontade de estarmos mais perto dela.

As doces lembranças do tempo em que vivi no Campo estão quase sufocadas pela velocidade da minha vida na Cidade Grande. Parece que, quando você está na sua rotina, a possibilidade de mudar radicalmente a sua forma de viver é só o sonho de uma pessoa que tenta, desesperadamente, voltar à um passado romântico que não existe mais.

Sei que estamos em pleno século XXI e que a forma tecnológica de viver no campo está substituindo quase tudo o que conheci nos meus tempos de menina. O fogão à lenha, o lampião, o pote, a esteira de palha, o colchão de palha ou folhas, as músicas sertanejas de raíz, a gamela, o forno de barro, o engenho de cana, a casa de farinha, a esculateira de café, o pilão e até a enxada, têm substitutos muito mais eficientes e, usá-los hoje em dia, é até motivo de piada. Isso sem falar nas formas artesanais e rudimentares da agricultura familiar de subsistência e da criação de animais que eram usadas antigamente no Campo. Atualmente, algumas pessoas preferem continuar trabalhando e utilizando técnicas e equipamentos considerados ultrapassados, por necessidade ou pelo simples prazer de cultivar o doce charme do passado.

Sabendo do meu sonho de morar no Campo minha chefe me alertou: daqui a pouco as enxadas não existirão mais, quero ver o que você fará! Respondi brincando: - Então, vou correndo comprar a minha! 

Querido leitor: saudosismos à parte, não resta dúvida de que o progresso e as inovações tecnológicas no Campo chegaram para ficar, mas, devemos verificar se o seu uso não nos causa uma dependência excessiva. Seremos capazes de, se for preciso, plantarmos o nosso próprio alimento, mesmo que seja em pequenos pedaços de terra?  E se os fornecedores não entregarem os alimentos e... - Isso não acontecerá, você poderá dizer. E eu te pergunto: - Você tem certeza disso?

Posso ter exagerado nas minhas colocações, mas, é bom e necessário que as pessoas comecem a pensar na questão da escassez de alimentos frente ao aumento do consumo, devido ao crescimento da população mundial.

Você  consegue ver a vida no campo como uma possibilidade de, não somente, ter um momento de tranquilidade e paz espiritual durante as férias e os feriados, por ser um refúgio afastado da correria do dia a dia e com uma atmosfera leve, ideal para relaxar e recarregar as energias, mas, também como um local para viver e trabalhar?

Continuarei a minha jornada de Volta ao Campo, porém, com a certeza de que  devemos nos desenvolver  sim, mas, sem perder a essência e de preferência, com responsabilidade socio-ambiental. Afinal, não foi para isso que fomos criados por Deus?

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Eu tenho um Sonho...



Eu e minha Avó. Que saudade!
Sou uma pessoa que sempre viveu e trabalhou na cidade, mas, um dia algo aconteceu e despertou a vontade quase surreal de viver no campo que me acompanha até hoje. Para explicar como este sonho nasceu, fui de encontro às minhas primeiras lembranças do período em que minha família morou na Bahia, no início dos anos 70, onde tive meu primeiro contato com a vida no campo.

Na época, apesar da pouca idade, passei pela experiência de viver no campo de uma forma rústica e simples, porém, com pessoas que tinham amor pela vida e pelo trabalho no campo. Lembro-me que as pessoas elogiavam a roça que o meu pai fez e na qual trabalhou com tanta vontade e coragem, causando admiração e espanto nos moradores da região. Enquanto isso, eu ajudava minha avó e participava da rotina da roça, com o prazer e a alegria de uma criança. Enfim, foi um período curto, mas, que me trás boas recordações.

Ao voltarmos para São Paulo, minha vida ainda tinha muita coisa em comum com a do campo, pois, morávamos numa casa simples, rodeada de plantações, árvores frutíferas, horta, roça diversificada e criação de animais, principalmente de galinhas. Foi neste ambiente, um misto de cidade e de campo, que vivi até completar 21 anos.

Durante uma das minhas viagens à Bahia, minha avó antes de falecer, me confidenciou em forma de desabafo: “... eu não sirvo mais pra nada, não planto roça,...” Senti, na força e nos olhos marejados de lágrimas daquela baiana de 90 anos, a nostalgia de quem a roça estava impregnada no sangue e na alma. Aquela conversa fez nascer o meu sonho de, um dia, morar no campo. 

Desde que comecei a falar desse sonho para as pessoas, ouço vários comentários: “Vai plantar batatas tão bem que se tornará empresária e não agricultora; é uma loucura deixar o conforto do seu apartamento; Vai fazer os cálculos e os balanços dos pés de alface?; etc. Recentemente, um amigo foi mais fundo e perguntou sobre o meu planejamento: cálculos, pesquisas, informações, enfim dados básicos para quem pretende iniciar tal empreitada. Isso fez com que eu sentisse a necessidade de pesquisar e escrever sobre esse assunto para torná-lo concreto  e não apenas um sonho sem sentido.

Passaram quase vinte anos, desde aquela conversa com minha avó. Estou com cincoenta anos de idade e, analisando a minha vida, cheguei à conclusão de que sou uma pessoa feliz e realizada. Tenho uma família maravilhosa e abençoada, além de muitos e bons amigos, uma carreira estável e compatível com minha formação acadêmica, conforto material e espiritual. Então, o que falta? Como todo mundo, tenho sonhos secretos e um deles é o de viver no campo. Neste momento, penso no discurso de Martin Luther King: “... embora nós enfrentemos as dificuldades de hoje e amanhã. Eu ainda tenho um sonho... Eu tenho um sonho que um dia...” Embora sem a pretensão de, sequer, comparar o meu ideal com o desse grande líder político, aproveito um pouco da sua sabedoria para o momento atual e digo à você: eu também tenho um sonho: viver no campo e contribuir para a construção de um mundo melhor. Utopia? Pode ser, mas esse Blog é um passo na direção da realização do meu sonho. 

Caro leitor, sei que enfrentarei muitos desafios, mas, não é isso que nos move? Por isso, te convido a acompanhar a minha jornada e as minhas aventuras para a realização desse meu sonho que, afinal, talvez não seja só meu, mas, de muita gente também.